Celebrando a Santa Missa

Celebrando a SSanta Missa

Oração é estar com Deus e interagir com Ele. Ouvi-lo atentamente e deixar-se transformar pela sua graça. Sendo assim, podemos entender claramente que a Santa Missa, onde celebramos o Amor infinito e misericordioso de Deus por nós, é a oração plena, pois nesse momento nos unimos verdadeiramente com o Nosso Senhor e Salvador através da Santa Eucaristia. Cristo se faz alimento por nós para a nossa salvação.

A seguir, veremos a estrutura da Santa Missa e seu significado. Oxalá, possamos a partir desse encontro perceber a grandeza e a magnificência da solenidade que, diariamente, podemos ter acesso. Que possamos viver plenamente com um coração totalmente devoto ao Santo Sacrifício do Senhor Jesus.

“Se pudéssemos ver o que é a missa, morreríamos de amor” – São João Maria Vianey

A missa não é um conjunto de ritos (senta e levanta). É a Igreja que celebra o encontro com Deus.

Obs.: Além de ler este artigo sobre a Santa Missa, aprofunde-se mais estudando a Carta Apostólica Dies Domini.

Ritos Iniciais

“Este é o dia que o Senhor fez: seja para nós dia de alegria e de felicidade.”
Salmos 117,24 – Bíblia Católica Online

Em primeiro lugar, entendamos, o silêncio é primordial, pois o que poderíamos falar diante de Deus?

A missa é um banquete onde nos alimentamos da Palavra e da Eucaristia.

A missa começa na Procissão de Entrada, que nos remete à entrada de Jesus em Jerusalém no Domingo de Ramos. Ele se dirige ao altar onde viverá sua Paixão. Seus olhos estão fixos na cruz que vai à frente.

No Ato Penitencial temos nossos pecados veniais perdoados. Os pecados mortais são impeditivos da nossa participação da Comunhão.

A dinâmica deste momento é como se segue:

  • o presidente faz um convite à atitude de humildade e confiança;
  • segue-se um momento de silêncio geral;
  • então, realiza-se a oração, propriamente dita conforme três fórmulas;
  • e tudo termina com o que se chama «oração de conclusão», que é uma «absolvição» em forma de petição.

Hino do Glória deve ser cantado ou rezado inteiro. Ele é cristológico, não é um louvor à Trindade. Jesus Cristo é o centro do Glória. Exaltamos o Pai e o Espírito Santo na pessoa de Jesus Cristo.

Oremos é um convite à oração e é chamado de Coleta, pois reúne todas as intenções da assembleia e da Igreja Universal que suplica a Deus suas bênçãos.

Amém é a nossa maneira de participar do sacerdócio de Cristo. Seu sentido é: o que a Igreja e Cristo querem, nós também queremos. Amém equivale à expressão “que assim seja!”.

Liturgia da Palavra

É Deus quem nos fala através das leituras da Sagrada Escritura. Nas missas festivas e dominicais fazemos a leitura do Evangelho, de um Salmo e de mais dois outros livros, geralmente um do Antigo Testamento (Primeira Leitura) e outro do Novo Testamento (Segunda Leitura). 

Salmo, chamado de Responsorial, é a resposta da Igreja e geralmente é vinculada à Primeira Leitura.

Durante os dias comuns não é feita a Segunda Leitura. Esta não precisa estar vinculada tematicamente às demais leituras. Ela é sempre tirada do Novo Testamento.

Ao final da Primeira e da Segunda Leitura, o leitor proclama: “Palavra do Senhor” e toda assembleia responde: “Graças a Deus!”.

O ponto auge da Liturgia da Palavra é o Evangelho e é sempre um ministro ordenado que o lê.

O Diácono é um ministro ordinário e tem prioridade na leitura do Evangelho. Em uma celebração, mesmo na presença de um bispo ou do próprio Papa, é o Diácono que faz a leitura do Evangelho. 

O leitor do Evangelho tem um caráter especial. Ele é um ícone, ou seja, imagem do Cristo. Os ícones são como portais que nos levam direto a Deus.

Frequentemente, no início de cada Evangelho, usa-se a expressão “Naquele tempo”. O significado é trazer a leitura para o tempo de hoje, pois o Evangelho é sempre atual. O Evangelho é a renovação da graça. Um evento (sinal) proclamado que ocorre no agora.

Ao final da leitura do Evangelho, o leitor proclama: “Palavra da Salvação” e a assembleia responde: “Glória a vós Senhor!”.

Credo é a renovação da profissão da nossa fé, a fé da Igreja. É a Catequese por excelência. Dizemos que estamos com a Igreja, que somos Igreja.

Oração dos Fiéis – as preces resumem nossas súplicas. Ouvimos Deus nos falar sobre seu Amor na Liturgia da Palavra e, nas Preces, recorremos a Ele humildemente.

O padre preside os ritos iniciais e finais sentado na “sede”, o bispo da “cátedra”. Neste momento ele é REI. No ambão, ele é o PROFETA e proclama a Palavra. No altar, ele é o SACERDOTE e também é vítima, porque ele também se oferece.

ATENÇÃO:

É recomendável fazer a comunhão espiritual a toda hora e em qualquer lugar. 

Não é válido assistir a uma missa pela televisão e achar que cumpriu o preceito. 
(Obs.: Por causa da pandemia do Covid-19, temporariamente, estamos liberados para assistir a missa pela TV como preceito, mas, na medida do possível, esforcemo-nos por participar de cerimônias presenciais)

Ideal é participar da missa aos domingos. A Lei nos permite participar da missa aos sábados a partir das 15h, mas isso não deve se tornar o nosso padrão. Essa abertura é para facilitar a vida de quem tem impedimento nos domingos.

Liturgia Eucarística

A segunda grande parte da celebração da Missa é a Liturgia Eucarística, que se inicia com a Preparação das Oferendas, erroneamente chamada de Ofertório. O Ofertório não é o ofertório. O verdadeiro ofertório ocorre no momento da Doxologia – do grego, doxa (glória, honra), e logos (palavra); portanto: “palavra de glória”. É no por Cristo, com Cristo e em Cristo que celebramos a perfeita oblação. Cristo é a própria oferta. Não o nosso trabalho representado no pão e no vinho.

As nossas misérias e nossas fraquezas são apresentadas e oferecidas no altar no momento em que o padre coloca uma gota de água no cálice. Recomenda-se rezar neste momento pelas nossas necessidades. Nossas ofertas significam nossa participação como Igreja.

Sem pão, vinho e água não tem missa.

Após a Preparação das Oferendas e Oração sobre elas, inicia-se a Anáfora – palavra grega que advém de ana-fero que significa “elevar”. Anáfora é sinônimo de Oração Eucarística. Esta é a grande oração da Igreja, iniciada pelo celebrante com a expressão “O Senhor esteja convosco”. Tudo se volta a Deus porque neste momento ocorrerá o milagre da transubstanciação. A Anáfora é a oração que o padre faz como se estivesse sozinho diante do Pai. Este é o momento ápice da celebração.

A primeira etapa desta oração se chama Prefácio, e nele, o presbítero convida a todos os presentes a uma grande exaltação à Santíssima Trindade, e toda a assembleia se une aos anjos e aos santos para aclamar jubilosos que Deus, eterno e verdadeiro, é três vezes Santo.

Em seguida, ocorre a Epíclese – invocação que se eleva a Deus para que envie o seu Espírito Santo e transforme as coisas ou as pessoas. Vem do grego, epi-kaleo (chamar sobre). O presidente da celebração reza em alta voz “Mandai o vosso Espírito Santo”, rogando que o pão e o vinho se tornem, pelo poder de Deus, o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, e para que todos que estão presentes tomem parte na Eucaristia tornando-se um só corpo e um só espírito.

Por fim, é feito o relato da instituição da Eucaristia.

Transubstanciação é o próprio milagre eucarístico. Ocorre a transformação das substâncias sem mudar as características acidentais (o pão continua com gosto, cheiro, formato de pão, mas é agora o Corpo de Cristo e o vinho continua com a sua cor, com o seu cheiro e seu gosto, mas agora é Sangue de Cristo).

Chama-se especificamente Anamnese ao conjunto de palavras que, dentro da Oração Eucarística, se seguem ao relato da instituição, e com as quais a comunidade “celebra a memória do mesmo Cristo, recordando de modo particular a sua bem-aventurada Paixão, gloriosa Ressurreição e Ascensão aos Céus” (IGMR 79e; cf. CIC 1354).

Este memorial faz-se obedecendo ao mandato do Senhor: “fazei isto em memória de Mim” (em grego, “eis ten emen anamnesim”).

Nas Intercessões, a Igreja exprime que a Eucaristia é celebrada em comunhão com toda a Igreja do céu e da terra, dos vivos e dos falecidos, e na comunhão com os pastores da Igreja, o Papa, o Bispo da diocese, seu presbítero e seus diáconos, e todos os Bispos do mundo inteiro com as suas igrejas.

Conclui-se este momento com o verdadeiro ofertório, ou seja, com a Doxologia.

Rito da Comunhão

Começa com o Pai Nosso

“A Oração dominical é a mais perfeita das orações… Nela não só pedimos tudo quanto podemos desejar corretamente, mas ainda segundo a ordem em que convém desejá-lo. De modo que esta oração não só nos ensina a pedir, mas ordena também todos os nossos afetos.” (São Tomás de Aquino, s.th. II-II,83,9).

“Depois de nos ter legado esta fórmula de oração (Mt 6,9-13), o Senhor acrescentou: “Pedi e vos será dado” (Lc 11,9). Cada qual pode, portanto, dirigir ao céu diversas orações conforme as suas necessidades, mas começando sempre pela Oração do Senhor, que permanece a oração fundamental.” (Tertuliano, or.10).

Oração da Paz deve ser feita exclusivamente pelo presidente da celebração. Nem os concelebrantes o fazem. E a Paz de Cristo deve ser dada de forma serena, tranquila e amigável, e deve ser concluída com o Cordeiro de Deus, que é a verdadeira Paz.

Cordeiro de Deus é imolado com a fração do pão. Neste momento reza-se o Agnus Dei.

No rito da consagração não se parte o pão. Somente na hora da oração do Cordeiro de Deus.

O pedacinho da hóstia no cálice significa a ressurreição.

Comunhão mais digna é comungar diretamente na boca. Receber a hóstia na mão é aceitável, mas não deveríamos no acostumar só com ela.

Na hóstia o Cristo está inteiro. Mesmo que não comunguemos do cálice.

Somente o padre pode comungar direto da âmbula e do cálice. Os demais, incluindo os diáconos e os religiosos, além dos fiéis, comungam recebendo as espécies das mãos dos ministros ordinários ou extraordinários.

Ritos Finais

Declara-se a Bênção de Envio para que os fiéis possam sair da Igreja e testemunhar a graça de Deus no mundo. Mas a missa só termina quando o padre sai do altar e proclama diante dos seus colaboradores (diáconos, coroinhas e ministros da Eucaristia) o “Bendigamos ao Senhor!” para que estes possam responder: “Demos graças a Deus!”. Os fiéis devem aguardar em seus lugares a saída do padre do Altar.

Informações Extras sobre a Eucaristia

Tem sentido ir à missa e não comungar?

Seria como aceitar um convite para um almoço e, na hora da refeição, enquanto todos se sentam à mesa, aquela pessoa se coloca de lado e em pé. E quando alguém a convida para se assentar ela responde: – “Não, obrigado, eu só vim cheirar a comida e ver vocês comerem!”. Que feio, não é?

Mas se ela está doente e está de dieta por recomendação médica, todos vão entender.

Do mesmo modo, quem está em pecado, está doente. Pode e deve ir à missa e participar da alegria e da conversa. Mas não deve receber Jesus até que a luz da graça volte a brilhar em seu coração, até que recupere a saúde de sua vida espiritual.

No dia do nosso batismo foi acesa a fogueira do amor de Deus em nosso coração. A eucaristia é lenha nova e seca que aumenta a luz e o calor do amor de Deus em nós. Mas não se põe lenha nova em fogueira apagada. Se a luz do nosso coração se apagou pelo pecado, nós devemos, antes de comungar, reacendê-la pelo sacramento da reconciliação, fazendo uma santa e piedosa confissão.

Vale participar da missa pela televisão?

O que você acha de jantar pela televisão? Enquanto os atores da novela ou do filme se assentam e comem comidas gostosas, você apenas assiste e mata a sua fome?
Acompanhar a missa pela televisão serve para participar da alegria e das conversas (pregação) de tantas coisas bonitas sobre Deus entre as pessoas que estão participando daquela missa. Ajuda, sobretudo a quem está em casa ou doente e não pode participar, pessoalmente, da missa. Aos doentes, o ministro da comunhão, vai, depois, levar Jesus vivo e verdadeiramente presente na hóstia consagrada, que vai visitar o doente como amigo e companheiro.

Quando devo ir à Missa?

A Igreja manda que participemos da Santa Missa, ao menos aos domingos, celebrando a morte e a ressurreição do Senhor Jesus. Há pessoas que gostam de ir à missa aos sábados. O sábado, a partir das 15 horas, possui preceito dominical, ou seja, é como se fosse domingo. Mas a Igreja estabeleceu este preceito para facilitar a vida das pessoas impedidas de participar das missas aos domingos; pessoas que trabalham ou que estão, de alguma forma, com dificuldades de comparecer à missa no dia seguinte. Erram, de certa maneira, aquelas que indo aos sábados, falam assim: – “Eu gosto de ir à missa aos sábados, pois desta maneira já fico livre!”. Ir à missa não deve ser um fardo.

O bom seria não ir à missa somente aos domingos mas sempre que possível. Participar da missa diariamente é maravilhoso! Experimente.

Como me vestir para ir à Missa?

É sempre bom lembrar que Missa é Missa. Há uma roupa para ficar em casa; há uma roupa para trabalhar fora; roupa para ir à praia; e outra para ir ao baile; e deve haver, também uma roupa modesta, sem luxo e bem comportada para ir à missa! A roupa de ir à Missa não deve chamar a atenção dos outros nem pelo luxo ou moda nem pela falta de modéstia. Evite roupas indecentes, saias curtas, blusas de alcinhas, bermudas e sandálias.

1 comentário em “Celebrando a Santa Missa”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *